ATA DA
CENTÉSIMA VIGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 23.10.1987.
Aos vinte e três dias do mês de outubro de ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Vigésima Oitava Sessão Ordinária da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às nove horas e trinta minutos foi realizada a chamada sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Auro Campani, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Getulio Brizolla, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Kenny Braga, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nilton Comin, Paulo Satte, Pedro Ruas, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray e Werner Becker. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou aberto os trabalhos e determinou ao Ver. Jorge Goularte que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura das Atas da Centésima Vigésima Quinta Sessão Ordinária e da Quadragésima Sessão Solene que, juntamente com as Atas da Centésima Vigésima Sexta Sessão Ordinária e da Trigésima Nona Sessão Solene, foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Artur Zanella, 01 Pedido de Providências, solicitando melhorias através de pavimentação ou ensaibramento para a Estrada Aracaju; 01 Indicação, sugerindo ao Sr. Governador do Estado que seja implantado um posto fixo da Brigada Militar na Vila das Laranjeiras; pelo Ver. Clóvis Brum, 01 Pedido de Providências, solicitando a implantação de sinaleira (semáforo) de três tempos, nas confluências da Av. Nonoai, Rua Campos Velho, Av. Cavalhada e Av. Vicente Montegia; 01 Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 12/87 (proc. nº 2335/87), que transforma o Pólo e Corredor de Comércio e Serviço 03, da UTR 11, da UTSI 06, do I PDDU, em áreas funcionais de interesse urbanístico na categoria de recuperação urbana, para fixação das famílias residentes nos núcleos de subabitações existentes nas proximidades e dá outras providências; pelo Ver. Frederico Barbosa, 04 Pedidos de Providências, solicitando calçamento da Rua Sebastião Wolf, troca de lâmpada em frente ao nº 98 na Rua Xavier de Carvalho; colocação de luminária no poste em frente à divisa das residências nºs 1510 e 1520 da Rua Pe. João Batista Reus e limpeza geral da Rua Pe. João Batista Reus; 01 Emenda ao Projeto de Lei do Legislativo nº 96/87 (proc. nº 2129/87), que autoriza o Executivo Municipal a construir Centros Integrados de Serviços Essenciais à Comunidade em bairros e conjuntos residenciais; pelo Ver. Jaques Machado, 01 Pedido de Providências, solicitando troca de lâmpada queimada de iluminaria Pública na Rua Serafim Alencastro, defronte ao nº 647; pelo Ver. Raul Casa, 02 Pedidos de Providências, solicitando limpeza do terreno situado na Rua São Simão, em frente ao nº 256 e remoção do depósito de lixo existente na calçada do referido terreno, conforme croqui anexo ao Pedido e conserto da calçada do terreno baldio situado em frente ao nº 256, da Rua Simão; pelo Ver. Paulo Sant’Ana, 01 Substitutivo ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 04/87 (proc. nº 1065/87), que regula o horário de abertura e fechamento do comércio em geral na Cidade de Porto Alegre. Do EXPEDIENTE constataram: Ofício s/n.º, do Sr. Presidente da Comissão de Inquérito constituída para apurar fatos envolvendo o Sr. Diretor-Presidente da Cia. Carris Porto-Alegrense (proc. n.º 1336/87); Correspondência da SEAP-BSB/DF; Telex do Sr. Jarbas Passarinho. A seguir, constatado a existência de “quorum”, foi aprovado Requerimento do Ver. Clóvis Brum, solicitando que seja renovada a votação do Destaque nº 03 referente ao Projeto de Lei do Executivo nº 60/87. Em continuidade, foi aprovado Requerimento do Ver. Brochado da Rocha, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, passando-se ao período de PAUTA. Em Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, Projetos de Lei do Executivo nºs 96; 64; 65; 66; 92; 93; 71; 94; 95; 87/87; Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 06; 07/87; Projetos de Lei do Legislativo nºs 99; 64; 101/87; Projetos de Resolução nºs 43; 44; 45; 39; 40;41/87, discutido pelo Ver. Flávio Coulon; 42; 37; 38/87; Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 04/87, discutido pelos Vereadores Jorge Goularte e Isaac Ainhorn; Substitutivo do Ver. Cleom Guatimozim ao Projeto de Lei do Executivo nº 33/87; em 3ª Sessão, Projetos de Lei do Executivo nºs 72; 73; 74; 75; 76; 77; 78; 79; 80; 81; 82; 83; 84; 85; 86; 88; 89; 90; 91; 61/87; Projetos de Lei do Legislativo nºs 95; 96; 98/87. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Antonio Hohlfeldt comentou notícia veiculada no Jornal Correio do Povo de hoje, de contrato firmado entre a EMBRATEL, a Rede Globo de Televisão, Grupo BRADESCO e a VICOM. Disse que esse contrato concede à VICOM a comercialização de serviços de transmissão de dados, através do aluguel do Satélite Brasilat. Criticou tal contrato, denunciando a conivência do Ministro das Comunicações, Sr. Rafael Almeida Magalhães. Declarou que a entrega do monopólio das comunicações a um grupo privado constitui ataque à integridade da soberania nacional, comentando os perigos que isso representa. Solidarizou-se com o Sindicato dos empregados das Empresas de Telecomunicações e com a CRT, por seus posicionamentos frente ao episódio. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, Projetos de Lei do Executivo nºs 67/87, discutido pelo Ver. Antonio Hohlfeldt; 68; 69; 70/87, discutido pelo Ver. Antonio Hohlfeldt. Na ocasião, o Sr. Presidente respondeu Questão de Ordem de Ver. Artur Zanella, acerca dos avulsos dos projetos constantes da Pauta Especial, e registrou a presença, no Plenário, do Dep. José Fortunati. Às onze horas e seis minutos, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos, nos termos do art. 84 do Regimento Interno. Às doze horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente reabriu os trabalhos e foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, foi aprovado Requerimento do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 96/87 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões de Justiça e Redação, Finanças e Orçamento e de Urbanização, Transporte e Habitação. Ainda, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Clóvis Brum e Antonio Hohlfeldt, acerca do Requerimento do Ver. Cleom Guatimozim acima referido. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo 21/87 e as Emendas de nºs 01 e 02 a ele apostas, após terem sido, Projeto de Emendas, encaminhados à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Antonio Hohlfeldt e Jorge Goularte. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 58/87, por vinte e três votos sim, após ter sido discutido pelos Vereadores Clóvis Brum e Rafael Santos, ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Jorge Goularte, Flávio Coulon, Cleom Guatimozim e Werner Becker e ter sido submetido à votação nominal a Requerimento oral, aprovado, do Ver. Clóvis Brum. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados os Projetos de Resolução nºs 20/87, encaminhado à votação pelos Vereadores Rafael Santos e Raul Casa; 26; 27/87. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Resolução nº 28/87 que, a Requerimento aprovado, do Ver. Luiz Braz, foi retirado, nos termos do art.146 do Regimento Interno. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Resolução nº 29/87 que, a Requerimento, aprovado, do Ver. Jorge Goularte, teve adiada sua discussão e votação por uma Sessão. Durante a Ordem do Dia, o Sr. Presidente respondeu Questão de Ordem do Ver. Isaac Ainhorn acerca do Projeto de Resolução nº 05/87 e retirou o referido Projeto, encaminhando-o à Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Ainda durante os trabalhos, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Caio Lustosa, Isaac Ainhorn e Clóvis Brum, acerca das Emendas apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 21/87; do Ver. Jorge Goularte, acerca do Projeto de Resolução nº 27/87. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às quatorze horas e dez minutos, convocando os senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária, a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha e Gladis Mantelli e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli, Jaques Machado, Teresinha Irigaray e Jussara Cony, os dois últimos como Secretários “ad hoc”. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha):
A Mesa esclarece aos Srs. Vereadores que, logo após a Sessão Ordinária,
conjugada com a Sessão Especial requerida para as 11 horas, fará uma Sessão
Extraordinária, para correr Pauta, e encaminha duas questões ao Plenário:
Primeira: a questão referente à proposição de inverter para correr
Pauta em primeiro lugar.
Segunda: submete ao Plenário o Requerimento de autoria do Ver. Clóvis
Brum, solicitando renovação de votação do destaque n° 03, referente ao PLE n°
060/87.
Em votação a inversão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Clóvis Brum. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos, a seguir, à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 2432 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 096/87, que autoriza abertura de
créditos suplementares no valor de Cz$ 26.750.000,00, e dá outras providências.
PROC. 2187 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO N° 006/87, que fixa critérios básicos para elaboração de projetos e a execução de
instalações hidráulico-sanitárias no Município de Porto Alegre, revoga a Lei
Complementar n° 32, de 07 de janeiro de 1977, e dá outras providências.
PROC. 2221 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO N° 007/87, que fixa, para o exercício de 1988, o valor da Unidade de Referência
Padrão.
PROC. 2198 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
099/87, do
Vereador Nilton Comin, que declara de utilidade pública a Associação dos
Técnicos Agrícolas do Estado do Rio Grande do Sul.
PROC. 2205 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 064/87, que autoriza alienação de
imóvel e dá outras providências.
PROC. 2206 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 065/87, que autoriza alienação de
imóvel, com dação em pagamento, a Pedro Gomes da Silva, e dá outras providências.
PROC. 2207 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 066/87, que autoriza alienação de
imóvel e dá outras providências.
PROC. 2214 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
101/87, do
Vereador Paulo Sant’Ana, que denomina Rua Saturnino Vanzelotti um logradouro
público.
PROC. 2318 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 092/87, que altera dispositivos da
Lei n° 5.732, de 31 de dezembro de 1985, e dá outras providências.
PROC. 2324 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
064/87, do
Vereador Aranha Filho, que denomina Rua Pedro Aurélio Barth um logradouro
público.
PROC. 2330 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 093/87, que altera o artigo 1° da
Lei n° 5.907, de 01 de julho de 1987.
PROC. 2331 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 094/87, que autoriza doação de
imóvel à Casa do Menino Jesus de Praga (CMPJ) e dá outras providências.
PROC. 2332
- PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 095/87, que denomina Praça Márcia Heinz um logradouro
público.
PROC. 2287 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 043/87, do Vereador Werner Becker,
que cria Comissão Especial para examinar o Projeto de Resolução n° 24/87
(Processo n° 1737/87), que altera a Resolução n° 785, de 05.10.83 (Regimento
Interno).
PROC. 2288 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 044/87, do Vereador Hermes Dutra,
que cria Comissão Especial para examinar o Projeto de Resolução n° 39/84 (Proc.
n° 1945/84) que altera a Resolução n° 785, de 05.10.83 (Regimento Interno).
PROC. 1065 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO N° 004/87, da Verª Terezinha Irigaray, que regula o horário de abertura e
fechamento do comércio em geral, da Cidade de Porto Alegre.
PROC. 2317 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 045/87, da Mesa, que cria Comissão
Especial para examinar o Projeto de Resolução n° 30/87 (Proc. n° 1900/87), que
altera a Resolução n° 785, de 05.10.83 (Regimento Interno).
PROC. 1129 - SUBSTITUTIVO do Vereador Cleom
Guatimozim, ao PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N° 033/87, que cria o Sistema de Atendimento ao Menor, autoriza
alienação de área a dá outras providências.
PROC. 2203 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 039/87, do Vereador Aranha Filho,
que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Médico Fernando Pombo
Dornelles.
PROC. 2219 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 040/87, do Vereador Luiz Braz, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Jairo Roque Rosa
Ritta.
PROC. 2220 - PROJETO DE RESOLUÇÃO 041/87, do Vereador Flávio Coulon,
que altera dispositivos da Resolução n° 785, de 05 de outubro de 1983
(Regimento Interno da Câmara Municipal de Porto Alegre).
PROC. 2247 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 042/87, do Vereador Jaques Machado,
que concede título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Fernando Jorge
Schneider.
PROC. 2226 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 071/87, que aprova o Orçamento
Plurianual de Investimentos para o triênio 1988/1990.
PROC. 2242 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 087/87, que autoriza o Município a
dar contribuição ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU, e dá
outras providências.
PROC. 2170 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 037/87, do Vereador Nilton Comin,
que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Advogada Mercedes de Moraes
Rodrigues.
PROC. 2188 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 038/87, do Vereador Brochado da
Rocha, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Luiz Carlos
Vergara Marques.
3ª SESSÃO
PROC. 2227 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 072/87, que aprova o Plano de
Auxílios, Prêmios e Subvenções para o exercício de 1988, e dá outras
providências.
PROC. 2228 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 073/87, que concede contribuição à
Associação Beneficente dos Funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre -
ABECAPA, e dá outras providências.
PROC. 2229 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 074/87, que concede contribuição à
Fundação de Educação Social e Comunitária - FESC, e dá outras providências.
PROC. 2230 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 075/87, que concede contribuição à
Teledifusão Educativa - Planetário da UFRGS, e dá outras providências.
PROC. 2231 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 076/87, que concede contribuição ao
Centro de Cultura Musical da PUC/RS e dá outras providências.
PROC. 2232 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 077/87, que concede contribuição à
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre - OSPA - e dá outras providências.
PROC. 2233 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 078/87, que concede contribuição à
Comissão Municipal de Porto Alegre de Educação de Jovens e Adultos - EDUCAR, e
dá outras providências.
PROC. 2234 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 079/87, que concede contribuição à
União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre - UMESPA, e dá
outras providências.
PROC. 2235 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 080/87, que concede contribuição ao
Clube de Cultura de Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC. 2236 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 081/87, que concede contribuição à
Universidade do Trabalho, e dá outras providências.
PROC. 2237 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 082/87, que concede contribuição ao
Movimento Assistencial de Porto Alegre - MAPA, e dá outras providências.
PROC. 2238 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 83/87, que concede contribuição à
Associação dos Servidores da Secretária Municipal de Saúde e Serviço Social, e
dá outras providências.
PROC. 2239 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 084/87, que concede contribuição à
Associação dos Servidores da Secretaria Municipal dos Transportes, e dá outras
providências.
PROC. 2240 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 085/87, que concede contribuição à
Fundação Metropolitana de Planejamento - METROPLAN, e dá outras providências.
PROC. 2241 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 086/87, que concede contribuição à
União dos Vereadores do Rio Grande do Sul, e dá outras providências.
PROC. 2243 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 088/87, que autoriza o Município a
dar contribuição ao Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, e dá outras
providências.
PROC. 2244 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 089/87, que concede contribuição à
Associação dos Funcionários Municipais de Porto Alegre - AFMPA - Hospital de
Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC. 2245 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 090/87, que concede contribuição à
Sociedade Beneficente Cultural Floresta Aurora, e dá outras providências.
PROC. 2246 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 091/87, que concede contribuição à
Associação Satélite Prontidão, e dá outras providências.
PROC. 2169 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
098/87, do
Vereador Cleom Guatimozim, que altera a Lei n° 5.934, de 22.07.1987, que
modificou a Lei n° 5.732, de 31.12.1985.
PROC. 2126 - PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO N° 095/87, do Vereador Hermes Dutra, que denomina Rua Remi Machado um logradouro
público.
PROC. 2129 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
096/87, do
Vereador Jorge Goularte, que autoriza o Executivo Municipal a construir Centros
Integrados de Serviços Essenciais à Comunidade em bairros e conjuntos
residências.
PROC. 2140 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 061/87, que altera dispositivos da
Lei n° 4.012, de 27 de agosto de 1975, e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra, para
discutir a Pauta, o Ver. Flávio Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, entra em primeira
discussão de Pauta um Projeto de Resolução, de minha autoria, que altera
dispositivo da Resolução n° 785, de 05 de outubro de 1983, Regimento Interno da
Câmara Municipal de Porto Alegre. Nesse Projeto, eu apresento para análise dos
Srs. Vereadores, para a reflexão dos Srs. Vereadores, algumas idéias a respeito
do funcionamento da Casa. A minha idéia assim como quando apresentei aquele
Projeto a respeito do recesso parlamentar, era lançar um projeto em que os
Vereadores, ou pelo menos através de suas Lideranças, se sentassem numa Mesa e
dialogassem a respeito do assunto no sentido de nós evoluirmos para um
funcionamento melhor desta Casa. Volto agora com um Projeto de Resolução, onde
alinho idéias que me parecem válidas, no sentido de agilizar as discussões e as
deliberações desta Casa.
Basicamente, algumas idéias sobre a valorização do Grande Expediente,
nesta Casa, sobre a valorização do período das Comunicações. A fixação de um ou
dois dias, no meu Projeto existe um, mas agora já me rendo à evidência de
algumas trocas de idéias com alguns Vereadores, dois dias específicos só para a
votação de Projetos, sem Pauta, sem Comunicações, sem Explicação Pessoal,
aliás, Explicação Pessoal desaparece neste meu Projeto, porque a experiência tem
me demonstrado que raramente nós temos condições de falar em Explicação
Pessoal, porque se esgota a reunião, não há mais tempo e não há mais Explicação
Pessoal. Este meu Projeto de Resolução prioriza a Pauta. A Pauta será sempre o
primeiro acontecimento das segundas, quartas e quintas-feiras. De tal modo que
vamos agilizar os trabalhos de Pauta. Também pretendo reduzir o “quorum” das
Sessões para sua instalação. A idéia que tenho, ao contrário do que parece ser
o senso comum, é de que, quanto menor o “quorum” para se instalar a Sessão,
mais haverá necessidade de os Vereadores estarem presentes. Instalando-se a
Sessão e começando os debates, mais haverá necessidade de os Vereadores estarem
presentes, porque, assim, eles têm que vir para ouvir o que será dito. Deixei,
neste Projeto, a sexta-feira reservada às Sessões Solenes e às Comissões. Mas
já confesso que me rendo à evidência de que, nas sextas, devem ocorrer as
votações de projetos. Dois dias só para discutir e votação de projetos. Esse
Projeto visa a valorizar os períodos de Comunicações e de Grande Expediente.
Estou há seis meses na Casa e, nesse tempo, somente fui chamado a falar em
Grande Expediente duas vezes. Logo, o Grande Expediente, que é de quinze
minutos para o Vereador colocar aqui um pronunciamento, elaborado pela sua
assessoria, um pronunciamento de peso, a respeito de qualquer um dos problemas
que afligem a Cidade, o Vereador leva três meses para ter um tempo em Grande
Expediente, as coisas não estão funcionando bem.
Visando a valorizar a comunicação, dentro deste esquema proposto, o
Vereador terá um período de Comunicações, praticamente uma vez cada dez dias.
Então, o Vereador que tem a tribuna como uma das suas atividades principais,
dentro deste Projeto, terá valorizada esta sua atividade.
Mas o que encareço aos Vereadores é de que haja debate a respeito desse
assunto, que nos reunamos numa Comissão para discutir o assunto, porque não
adianta as coisas funcionarem como elas funcionam aqui. É nomeada uma Comissão
mista, um presidente, um relator, o relator faz o relato, apresenta, colhem-se
as assinaturas, e o projeto volta sem nenhuma discussão.
Alerto, também, que dentro do espírito deste meu Projeto existem outros
projetos tramitando nesta Casa, que precisam ser todos discutidos conjuntamente.
Existe um Projeto do Ver. Hermes Dutra, onde ele procura agilizar os
trabalhos através de uma maior participação das Lideranças em problemas de
Requerimentos encaminhados à Mesa.
Então, eu esclareço e gostaria de colocar, desta tribuna, é que trata esse
Projeto de Resolução de idéias, visando ao aperfeiçoamento do funcionamento
desta Casa. Mas são idéias que precisam ser debatidas e não podem ficar apenas
no relato do relator, e na colhida de assinaturas que vão endossar o parecer do
Vereador.
Então, conclamamos os colegas para que peguemos todos os projetos que
tratam do funcionamento da Câmara, fazendo uma discussão conjunta, no sentido
de aperfeiçoamento da Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Jorge
Goularte.
O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, em Pauta o Projeto da Verª Teresinha Irigaray, que regula o horário
de abertura do comércio em geral, que volta para esta Casa depois de ter sido
derrotado duas vezes.
Eu estou entrando com um Substitutivo e sei que outro Vereador também
está entrando, Ver. Paulo Sant’Ana, tentando liberar o comércio de Porto
Alegre. Eu entendo, e espero que entendam a minha posição, de que o regulamento
da abertura e fechamento do comércio não tem nada a ver com jornada de
trabalho. É preciso que se dêem conta deste detalhe: o horário de funcionamento
de loja, supermercado, enfim, de todo o comércio de Porto Alegre é uma coisa, a
jornada e trabalho é outra: regulada por leis federais e que, na Comissão de
Sistematização, já passou para as 44 horas semanais. Eu quero que os empregados
do comércio não trabalhem uma hora a mais do que os outros trabalhadores de
todo o País. Quero que trabalhem exatamente como qualquer trabalhador neste
País. Nada além de 44 horas.
Alguns comerciários me disseram: como se iria fiscalizar isso? Eu
pergunto: como é que os Deputados Federais vão fiscalizar as 44 horas que eles
votaram? Isso é uma coisa que depende do Ministério do Trabalho, as Delegacias
Regionais é que devem fiscalizar os horários de trabalho; agora, diminuir o
funcionamento do comércio, não dá. Não precisa ser muito inteligente, pode até
ser medianamente inteligente a pessoa, mas pode raciocinar da seguinte maneira:
quanto maior a redução do horário do comércio, menor o número de vagas
acrescidas.
O meu Substitutivo terá apenas um artigo e um parágrafo: “É livre o
comércio em todo o território de Município de Porto Alegre”. O funcionamento
dar-se-á por turnos, respeitadas as normas vigentes em lei federal. Onde está o
prejuízo aos comerciários? Em absoluto. Prejuízo terá o comerciário na redução
do mercado de trabalho seu. Há um ano e pouco atrás, foram reduzidos os
horários bancários. Pergunto: será que os comerciários sabem quantos milhares
de bancários foram demitidos? É lógico, se os bancos trabalhavam tantas horas e
passam trabalhar menos x horas, menos funcionários. A mesma coisa é com o
comércio. Nós vivemos num regime capitalista que, queiram ou não, funciona
desta forma. De outra parte, a abertura dos supermercados deveria ser
diariamente, inclusive domingos e feriados. Explico a razão: alimentos
perecíveis que não podem permanecer por um determinado número de horas nas
prateleiras, se deterioram. E eu pergunto: quem é que paga esses alimentos na
abertura, na segunda-feira? Paga o comprador. Por isso é que respeito a posição
da minha colega, que defende uma idéia, mas insisto em dizer que é um
posicionamento equivocado. A jornada de trabalho é uma coisa, o horário de
funcionamento do comércio é outra muito
diferente. Por isso, devo entrar com meu Substitutivo na segunda-feira, que
simplesmente dirá o que hoje ocorre nas grandes cidades do mundo. Em Tóquio, há
lojas que não têm nem portas, que funcionam vinte e quatro horas por dia. Não
precisa nem fechar nunca. É como se nem existisse porta.
Em Londres - e se usa a expressão “sábado inglês” - se compra nas lojas
aos domingos. Quem foi a Londres sabe disso - não em tudo, é claro. Mas a
liberdade da livre iniciativa, a necessidade do comércio, é quem determina. Se
houver - tomara que Porto Alegre tenha - uma capacidade de turismo tão grande
que se tenha que abrir o comércio de madrugada, de noite, não interessa. Agora,
tantos turnos quanto forem necessários, dando emprego para toda essa gente.
Isto é o que parece importante que seja dito. Se a redução implicasse maior
número de vagas, muito bem, mas a redução implica em demissões em massa. Quem
viver, verá. Se Porto Alegre fizer isso, não estará, apenas, decretando que a
Cidade fique como fantasma, abandonada, mas também estará decretando milhares
de demissões. As cidades que estão aplicando o “sábado inglês” estão
completamente abandonadas aos fins de semana. É só sair daqui para os
Municípios vizinhos, para a Grande Porto Alegre, onde o calçado é o produto principal,
e verificar, naquele Município que tem venda aos domingos, não só aos sábados à
tarde, a pujança desse Município, ao contrário dos Municípios que não têm esse
funcionamento livre, que estão como se fossem cidades-fantasma. É preciso
entender isso. Eu quero que o comerciário trabalhe somente o número de horas
que todos os outros funcionários do País trabalham, 44 horas. Se a Constituinte
vai declarar 44 horas, eu quero que eles trabalhem 44 horas, respeitando
religiosamente as leis federais. Agora, se o comerciante achar que pode criar
quatro turnos, três turnos, e quiser ele fazer a redução que ele bem entender,
que a livre iniciativa tenha esta liberdade, tudo bem.
Por isso, Srs. Presidenta e Srs. Vereadores, discutindo o seu Projeto,
Sra. Presidenta, eu insisto em dizer que ele é de boa fé, é de boa vontade, mas
é equivocado. Equivocado porque trará, indiscutivelmente, milhares de
desempregos em Porto Alegre. O número de vagas, no comércio, será sensivelmente
reduzido, e Porto Alegre não se pode transformar numa cidade-fantasma. Por isso
o meu Substitutivo, que libera o comércio de Porto Alegre e deixa à livre
iniciativa, à oferta e à procura, regularem o comércio de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Gladis Mantelli):
Com a
palavra, o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC AINHORN: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, em Pauta, em 1ª Sessão o Projeto da Verª Teresinha Irigaray, que
regula o horário de abertura e fechamento de estabelecimentos comerciais na
cidade de Porto Alegre. Sra. Presidenta e Srs. Vereadores, a história tem
mostrado e tem dado inúmeros exemplos de fenômeno sociológico e econômico, que
vem-se desenrolando no século XX, que é, exatamente, o problema da presença do
Estado regulando os fenômenos da vida econômica. E hoje são os próprios países
socialistas que já acenam com alguns comportamentos de abertura e de mudança de
estrutura econômica, e retiram um pouco esta presença tão acentuada do Estado
na vida econômica. Eu acho que, na realidade, quando se discute o problema de
estabelecimentos comerciais, seu funcionamento, seus mecanismos, isto sempre
tem mostrado que essas questões, na realidade, devem muito mais ficar no acordo
e nos termos não de legislação que estabeleça camisa-de-força, regulando toda a
norma jurídica que vá incidir sobre os fenômenos sociais e econômicos, isso
acaba sempre sendo um retrocesso para a vida do País. É o que acontece hoje, e
temos muitos exemplos disto, no caso concreto, toda e qualquer tentativa de
regular aquilo que só uma lei pode determinar, que é a lei econômica da oferta
e da procura. Certa feita, em algum Legislativo, já se propôs a revogação desta
lei, mas a realidade tem mostrado que toda e qualquer legislação que procura
estabelecer uma camisa-de-força sobre a vida cultural, econômica e social da
cidade, tem sido prejudicial à vida
desta cidade, do Estado e do País. Esta tem sido a experiência. E nós achamos o
que deve ser preservado, o que o Estado deve regular, é o trabalho e, no caso
concreto, o que está em jogo é a jornada de trabalho. É lamentável, é triste
até que nós, que temos que avançar nas conquistas sociais dos trabalhadores,
estejamos estabelecendo um retrocesso na vida do País, um retrocesso na vida da
Cidade. O Rio Grande do Sul já está sofrido, tão combalido, com tantas
dificuldades, falta uma elite política preparada para assumir os destinos do
Estado, a total crise econômica que atravessa o nosso Estado, que não consegue
superar esse quadro de adversidades, num Estado como o do Rio Grande do Sul,
que tem uma classe média pujante, que sempre se caracterizou por ser um Estado
onde a classe média tinha um nível de vida de alta qualidade, uma qualidade de
vida de alto nível, com a presença da colonização italiana, do braço da
colonização alemã, da colonização judaica, árabes, que trouxeram toda essa
pujança para o nosso Estado. É
lamentável que, num momento como este, digo com toda a sinceridade, que
tenhamos que retroceder, nesta matéria, trazendo prejuízo aos cidadãos da nossa
Cidade. Pessoalmente, já convidei três amigos - quando o assunto já estiver nas
Comissões - que vão depor, pessoas experientes, viajadas, Ver. Caio Lustosa,
Ver. Coulon. Eles me disseram que só em Porto Alegre vamos estabelecer isso, e
mais meia dúzia de cidades brasileiras, para retroceder nisso aí, quando temos
que avançar. Então, já convidei e se dispuseram a vir líderes sindicais que
irão depor sobre a estrutura, como Olívio Dutra, que viajou à Alemanha
recentemente. Acho importante esse intercâmbio cultural e sindical. Pretendo
convidar o Tarso Genro, já falei com o jornalista Clóvis Duarte, que fez um
“tour” por 30 países e disse que é um absurdo. Convidei também uma outra figura
muito querida na nossa Cidade, o empresário Hélio Volfrid e o próprio Marcos
Rachewski, que recentemente chegou de uma viagem. Por feliz iniciativa da Verª
Teresinha Irigaray, na próxima semana receberá o título de Cidadão de Porto
Alegre. Ele também se dispôs vir aqui dar informações sobre como funciona em
Londres, Tóquio, Roma, Florença, Veneza, Tel Aviv. O Ernani Behs também posso
convidar. Vão-nos dizer como funciona em Bohn, Berlim, Chicago. Acho importante
que se estabeleça esse debate, para que não comecemos a retroceder em matéria
da implantação, da regulamentação da abertura e fechamento do comércio na
cidade de Porto Alegre.
Continuando, vejo a necessidade que se tem em fazer esse levantamento.
Não precisa a boa vontade do Ver. Jorge Goularte, que pretende estabelecer um
Substitutivo que é óbvio. Lá, no Menino Deus, o Supermercado Pavan teve de
fechar as portas no domingo. Enriqueceu trabalhando no domingo. Que bom que ele
enriqueceu com o seu trabalho! Agora queremos retroceder. Mais ainda, discordo,
com todo o respeito, da visão da autora do Projeto, de que nem o
estabelecimento comercial que é gerido pelo próprio proprietário, por sua
mulher e seus filhos, que não tem empregado, pode abrir. Mas isso é uma
violência contra o direito do trabalho e ao trabalho. Como é que vamos permitir
que as pessoas sejam impedidas de trabalhar num Estado como o nosso, que passa
pela mais grave crise social? Chega às raias do absurdo numa época como essa.
Eu entendo e tenho esta posição muito firmada, acho inclusive, em outra
oportunidade aqui tive a ocasião de dizer, que o problema é de jornada de
trabalho. Se está definido o problema das 44 horas, é um caminho a
resolver o problema do trabalho do
comerciário, aos sábados, que é penalizado, realmente. Nós concordamos com
isso. Mas o que se tem que fazer é abrir turnos alternativos para que essas
pessoas possam trabalhar e que ganhem mais, faturem mais, o pequeno empresário,
o microempresário, que o trabalhador tenha mercado de trabalho; não diminuir o
mercado de trabalho - aqui já não se vende nada mesmo. Agora, acho que o que
vai acontecer é que o mercado de trabalho realmente vai fechar, porque o País
vive uma terrível recessão econômica. Isso vai acontecer. Pode fechar sexta,
pode fechar sábado, pode fechar segunda, porque, infelizmente, se criou, neste
País, o regime em que as pessoas não têm mais poder aquisitivo de comprar nada.
Isso é o que está acontecendo, é o quadro da realidade econômica e social do
nosso País.
O Sr. Caio Lustosa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Isaac Ainhorn, só estranho é que os mesmos
defensores deste horário para o comércio de sábado à tarde, portanto são contra
o chamado “sábado inglês”, são os mesmos que se posicionam contra a
estabilidade no emprego, a jornada de 40 horas semanais.
(Aparte anti-regimental do Ver.
Jorge Goularte.)
Então, o Ver. Jorge Goularte, acho que é o primeiro que quebra a regra.
A FEDERASUL é contra a estabilidade no emprego, é contra as 40 horas, é contra
o fechamento sábado à tarde. Então, tudo acaba incidindo sobre o trabalhador -
no caso, o trabalhador comerciário. Aliás, quanto ao aspecto de ser ou não um
problema municipal, acho até que é uma prerrogativa do Município de estabelecer
o horário de seus estabelecimentos, de bancos e tudo o mais, acho que até se
podia chegar a um consenso, a uma solução equânime, se também fosse
considerados esses aspectos da jornada de trabalho, que está lá, sendo
boicotada, sabotada, na Constituinte, pelos senhores do alto comércio,
principalmente, e a questão da estabilidade no emprego. Então, assim é muito
difícil; tudo que vem beneficiar o trabalhador é bombardeado. Muito obrigado.
O SR. ISAAC AINHORN: Eu sou a
favor da estabilidade, não de 90 dias, mas sou a favor da estabilidade, sou a
favor da jornada de 40 horas e digo mais, sou contra aquela decisão, aprovada
pela Comissão de Sistematização, de imprescritibilidade das ações trabalhistas,
porque não é a grande empresa que vai sofrer com isso, quem vai sofrer é a
pequena e a média empresa, que vão quebrar. Porque, ao mudar-se o art.11, da
CLT, que trata a prescrição bienal, tornando imprescritíveis as ações
trabalhistas, vai ser uma quebradeira geral total.
O Sr. Mano José: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Isaac Ainhorn, quero me congratular com o
pronunciamento de V. Exa. e até acho que a entrada deste Projeto nesta época,
agora, é extemporânea, no momento em que se discute exatamente, na
Constituinte, a jornada de trabalho e uma série de problemas relativos
exatamente à legislação trabalhista. Nós, agora, vamos, já por conta, nos
antecipando, sob pena de amanhã ou depois termos que revogar a lei, o que vai
conflitar com a nova Constituição, possivelmente; então, acho que é
extemporânea. Acho que o problema não deveria ter entrado agora e, sim,
aguardado a nova Constituição, para se pensar e se posicionar a favor aqueles
que são a favor. Nós, políticos, sempre fomos contra e continuamos contra.
Muito obrigado.
A Sra. Teresinha Irigaray: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu respeito a posição de V. Exa., como acho, também,
que V. Exa. tem que respeitar o meu posicionamento, pois represento e sintetizo
uma classe inteira.
Conheço o posicionamento de V. Exa., que votou contra o ano passado. O
Ver. Mano José, também. Então, nós sabemos aqui na Casa os que são contrários
ao Projeto, e respeitamos. Agora, uma coisa que tem que ficar esclarecida:
quando V. Exa. falou em nome de empresários. Eu me dou, profundamente, com
empresários de grande porte, Dalegrave, Marcos Rache, o pessoal da Azenha, mas
não sou comprometida com esta parte empresarial ao ponto de pôr este Projeto
misturado com as minhas amizades. Defendo uma classe, respeitando
profundamente...
O SR. ISAAC AINHORN: V. Exa. não está me
chamando de comprometido?! Eu quero deixar bem claro isso. V. Exa. está
querendo e se propõe ser defensora de uma classe, mas eu também sou signatário
de um programa de um Partido, tenho uma história política a preservar, sempre
militei em Partido de esquerda e não aceito insinuação dessa natureza de
maneira alguma. Sou um homem que tenho liberdade de agir e, dentro do programa
do meu Partido, e o meu Partido, que tem um líder que tem a sensibilidade, como
Leonel Brizola, tenho certeza que não votaria de outro jeito senão dessa
maneira. Agora, não vou aceitar este tipo de colocação e provocação de V. Exa.
Eu também sou amigo de empresários, sou amigo de líder sindical, sou amigo de
trabalhador; agora, tenho uma história atrás de mim, Vereadora. E encerro, Sra.
Presidente, a minha intervenção dizendo que o fechamento de supermercado, o
fechamento de tudo que é estabelecimento comercial sábado à tarde, é mais uma
violência que se pratica contra a cidade de Porto Alegre. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
PAUTA ESPECIAL - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 2222 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 067/87, que estima a Receita e fixa
a Despesa do Município para o exercício econômico-financeiro de 1988.
PROC. 2223 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 068/87, que estima a Receita e fixa
a Despesa do Departamento Municipal de Limpeza Urbana para o exercício de 1988.
PROC. 2224 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 069/87, que estima a Receita e fixa
a Despesa do Departamento Municipal de Habitação para o exercício
econômico-financeiro de 1988.
PROC. 2225 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 070/87, que estima a Receita e fixa
a Despesa do Departamento Municipal de Água e Esgotos para o exercício
econômico-financeiro de 1988.
A SRA. PRESIDENTE: Neste momento, encerramos a
Pauta dos projetos da Casa e entramos na Pauta de Orçamento. São seis
Vereadores inscritos que podem discutir a Pauta orçamentária, com quinze
minutos cada um.
O primeiro orador inscrito é o Ver. Flávio
Coulon. Desiste. Jorge
Goularte. Desiste. Isaac Ainhorn. Desiste. Raul Casa. Desiste. Nilton Comin. Ausente. Ver. Antonio Hohlfeldt, V. Exa. está com a
palavra.
O SR. ANTONIO HOLFELDT: Sra. Presidente, Srs.
Vereadores, numa Sessão anterior, iniciei a abordagem da questão orçamentária e
toquei num problema que me parece extremamente grave, que é a questão clara de
que, pelos números enviados na proposta orçamentária de 1988, pelo Executivo
Municipal, prevê-se um aumento das operações de créditos das receitas normais
do Município em 152,4%, mas contraditoriamente se prevê, em termos de aumento
de valores para pagamento de pessoal, apenas 116,6%, ou seja, ao que parece, a
Administração socialista do Prefeito Alceu Colares, e é o programa do PDT, vai
fazer arrocho salarial do funcionário público. Socializa a miséria, como bem
lembra o Ver. Artur Zanella. Já não bastou o arrocho em 87, vamos piorar o
arrocho em 88.
Falamos também, em relação a este Orçamento, que ele está claramente
subestimado. Nós verificamos que a estimativa de arrecadação do ICM para 88,
por parte da Fazenda Pública, é de 117 bilhões e meio, sendo que para Porto
Alegre caberiam 2 bilhões e 890 milhões. A proposta do Prefeito Alceu Collares,
no entanto fala em apenas 1 bilhão, 923 milhões de cruzados, quase metade do
valor previsto.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, quero lembrar à Presidência que
não são quinze minutos, mas apenas dez minutos. Mas queria dizer também,
Vereador, nesta análise que faz...
A SRA. PRESIDENTE: Ver. Artur Zanella, lembro a V. Exa. que são quinze
minutos para a discussão da Pauta Orçamentária.
O Sr. Artur Zanella: No espelho, fl.4, diz:
“Pauta - Discussão Preliminar - 10 (dez) minutos - Projeto de Lei que estima a
receita...” Enquanto a Sra. Presidente olha o espelho, fl.4, o equívoco já vem
antecipado: também o Governo do Estado, quando faz a previsão, faz em cima do
Orçamento vigente e não do excesso de arrecadação. No cálculo que faz o
Município, ele sonega o excesso de arrecadação do Estado e sonega seu próprio
excesso de arrecadação, porque, como vemos, já passou 350 milhões, mais ali,
mais 314 para DMAE, etc. Tudo isso não é calculado. É calculado o percentual só
sobre o Orçamento do ano anterior.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Concordo com V. Exa. e já
tínhamos abordado esta questão.
Com referência à questão orçamentária da educação e das autarquias, a
proposta pretende ter atendido a exigência constitucional de destinar à
educação 25% das receitas normais. Para começar, o valor de 1,716 bilhões é
incorreto e inferior ao dado correto. Deveria ser 1,861 bilhões. Já uma
diferença de 145 milhões de cruzados que, segundo o Executivo, será resolvida
na medida em que se pretende alocar 1,520 bilhões na SMEC, CMPA e encargos da
dívida com a construção de prédios escolares. No caso da SMEC, os 196 milhões
faltantes se pretende alocar a partir da reserva de contingência. Lembraria de
que já no ano passado denunciávamos a prática do ex-Prefeito Dib, do PDS, que
completava a verba de educação, lançando mão da verba de contingência. Como se
sabe, verba de contingência é um valor para ser utilizado dentro de determinada
contingência: uma enchente, uma seca, uma situação de última hora, em que o
Município precisa encaminhar, rapidamente, uma solução. O Prefeito Collares, no
primeiro ano da sua Administração e por decisão da titular da SMEC, Profª Neuza
Canabarro, lançou mão da verba de contingência logo nos primeiros meses de
Administração. Entre março e abril, a verba de contingência da educação, do
Orçamento de 86, foi imediatamente utilizada, inclusive na compra de pratos, de
gamelas, de colheres, de não sei quanta coisa mais para implementar a chamada
merenda escolar nas escolas municipais. Curiosamente, continuarmos com a mesma
prática, ou seja, ao invés de se guardar a verba de contingência para
contingência, como diz a rubrica orçamentária, já se compromete, antecipadamente,
parte da verba de contingência para a educação, num drible evidente, numa má-fé
evidente em torno da questão orçamentária.
A reserva de contingência, além do mais, ela está relativamente alta
nos seus valores, uma vez que esta rubrica, que é incerta, está prevista em 355
milhões de cruzados, dos quais 196 milhões destinados à educação. Significa que
mais que a metade desta verba de contingência já está comprometida num único
setor.
Mais do que isso, esta verba de contingência, por incrível que pareça,
supera o orçamento de seis secretarias municipais. A verba de contingência
consegue ser superior ao orçamento previsto da SMT, da SMAM, da SMIC, da SPM,
da SMA, do Governo Municipal e do DEP.
Ora, a conclusão única que podemos tirar é que o Prefeito Collares pretende
ficar com larga margem de manipulação de verba pública para utilizar como bem
quiser, sem prestar contas à Câmara Municipal e ao público, que é, em última
análise, quem paga o imposto da Cidade.
Um outro dado novo que me parece extremamente preocupante,
considerando-se que, felizmente, é o último ano da Administração Alceu
Collares, é que o montante previsto para suprir os encargos da dívida, em 1988
aumenta em 606%, passando de 61 para 431 milhões de cruzeiros. Ou seja, a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através do seu Executivo, claramente
optou, em 88, para endividar-se, deixando que a conta seja paga pela futura
Administração, que, a não ser que eu não entenda mais nada de política,
evidentemente não será do PDT. Portanto, será o Partido que substituirá a
Administração dita socialista que vai pagar a conta da festa, da festa da
campanha eleitoral do PDT em 1988.
Quanto às autarquias, comecemos pelo DMAE, que me parece que levanta
uma questão mais séria. A quase totalidade da receita do DMAE origina-se da
cobrança do serviço de abastecimento de água e a captação de esgoto,
classificados como receita industrial. Em 1987, essa receita foi orçada em 454
milhões e reestimada em 749,8 milhões. A diferença é de 295,8 milhões, ou seja,
65% do previsto originalmente. Nós todos sabemos como isso ocorreu: nós tivemos
três valores de aumento no correr de 87. Para 88, nós vemos que novamente se
trabalha com uma subestimação de receita em uma primeira análise. Propõe-se
para o primeiro ano, digo, para o novo ano, um valor global de 2 bilhões, 103
milhões de cruzados, o que representa 87% do valor global do orçamento do DMAE
e representa um acréscimo de 363% do orçamento atual do DMAE.
Aqui um comentário, que eu creio que será importante chamarmos o
Diretor-Geral do DMAE para algumas explicações. Quem dos Vereadores esteve nos
últimos dias na sala da Presidência do DMAE, deve ter visto um quadro
comparativo dos procedimentos do cálculo de tarifas de água. O procedimento de
cálculo atual do DMAE, o procedimento do cálculo da CORSAN e um novo
procedimento de cálculos que está em estudos pelo DMAE, pelo qual se ampliariam
as isenções e se aumentaria a taxa de água a incidir sobre aqueles condomínios
que venham a ter que pagar a taxa. Temos, portanto, aqui, além desse comentário
específico de aumento de Receita em 363%, portanto, relativizar com esse
comentário. O DMAE estuda, e eu desconheço, porque não faz parte da proposta
orçamentária, se já estará sendo incrementado um novo cálculo de tarifa de água
para Porto Alegre, que vai isentar em um sentido social uma boa parte, acima
dos condomínios já isentados, mas vai aumentar o preço de m3 de água
que já está sendo cobrado.
O Sr. Artur Zanella: (Inaudível.)
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Se faz uma modificação e
essa modificação, evidentemente, pode atender aos dois interesses, ao interesse
de diminuir cobranças quanto àqueles que têm menos gastos e menos capacidade de
consumo e aumentar a incidência sobre aqueles que realmente consomem mais.
O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Cumprimento V. Exa. pelo levantamento que está
fazendo desses problemas todos no estudo da matéria e queria dizer que, hoje, a
população não agüenta mais pagar o que o DMAE está cobrando da água. Economias
modestas pagam um enorme aumento de água, desproporcional. Temos que ver de que
maneira isto aconteceu. E, agora, V. Exa. está dizendo que vai aumentar mais
ainda, então, vai liquidar com o porto-alegrense.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu quero entrar depois nesta questão, Ver. Jorge Goularte, quando
aprofundarmos estas questões. Por isso, eu digo que o Dr. Petersen tem que ser
convocado a esta Casa para explicar exatamente este estudo e o que está sendo
previsto e como se vai chegar a um orçamento 363% acima, que não está tão longe
da taxa de inflação de 1987. Mas, de qualquer maneira, como eu verifiquei que
existe modificação, temos que ter uma explicação maior.
O Sr. Caio Lustosa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Antonio Hohlfeldt, eu louvo o esforço de V. Exa.
em examinar a questão do orçamento que, apesar do pouco poder que tem a Câmara
em influir sobre a proposta orçamentária, acho seja preciso esmiuçar a matéria
e questionando coisas que tenham reflexo direto sobre a bolsa do consumidor
porto-alegrense. Inclusive, é hora da gente começar a lutar por tarifas
diferenciadas. Não se concebe que a residência de um consumidor qualquer pague
a mesma taxa d’água do que um grande estabelecimento comercial e industrial,
que usa aquela água sujando e devolvendo-a em condições péssimas para o
estuário do Guaíba. Eu acho que temos que partir para diferenciar estas taxas,
de modo que o consumidor que usa a água como bem de consumo imediato, para a
sua alimentação, para a sua higiene pessoal, da sua residência, não esteja no
mesmo nível daquele, inclusive, que desperdiça milhões de litros d’água. Então,
é muito oportuna esta convocação.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu aproveito esta
intervenção de V. Exa. para lembrar que foi uma emenda deste Vereador,
trabalhada junto com a Verª Gladis Mantelli, na ocasião, que fez uma
modificação dos critérios da cobrança de taxa de lixo em Porto Alegre.
Realmente criamos um outro conceito, um outro critério para o estabelecimento
de taxas de lixo, impondo distâncias menores em relação aos vários condomínios
e uma taxa bem superior àqueles que ultrapassam determinadas taxas mínimas, que
são os grandes produtores de lixo de Porto Alegre.
O Sr. Aranha Filho: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, eu já comentei este assunto da tribuna e,
inclusive, chamo a atenção de V. Exa. que, escutando o Dr. Petersen, num
programa de rádio, ele disse que, em novembro, agora, haverá aumento da taxa de
água e que 50% da água produzida pelo DMAE vai fora em fugas d’água. Nós
assinamos, um outro dia, aqui, um aumento considerável, uma dotação
orçamentária para o DMAE. Eu pediria, inclusive foi motivo de uma participação
minha na tribuna, que o Dr. Petersen aumentasse o contigente de socorro para as
fugas d’água, que poderia ser admissível até 10% de perdas, mas 50% não. Tanto
que nós estamos pagando o dobro pela água consumida, já que 50% vai fora.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Só para desmascarar mais uma vez esta história das
fugas d’água, isso não é verdade. Todos os diretores do DMAE dizem que há perda
de 50% de água. Não é verdade! O que ocorre é que 50% da água não é paga, junto
com a fuga d’água. Então, as contas das repartições municipais, da Santa Casa
de Misericórdia, das bicas d’água, dos hidrantes, tudo isso é incluído como
perda, como fuga d’água, e não é verdade. Eles incluem todas as contas do
Município, todos aqueles que não pagam, mais as contas dos hidrantes, mais as
pipas d’água que o DMAE distribui, tudo isso entra como fuga d’água. E aí, sim,
vai a 50% ou até mais.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Ficam aqui os registros dos
Vers. Aranha Filho e Artur Zanella. Não quero ultrapassar muito o meu tempo,
pois temos agora uma Sessão Especial, mas quero apenas registrar que, enquanto
nós discutimos, levantamos as questões orçamentárias, à exceção do Ver. Getúlio
Brizolla, não vemos um único representante do PDT sequer acompanhando este
debate. Nenhum representante. Formam um bolinho lá do lado, atrapalhando, com
conversas paralelas, os nossos discursos, mas não participam da discussão
orçamentária. Das duas uma: ou porque não lhes interessa discutir o assunto, ou
porque não têm argumentos para opor a esta denúncia que estamos fazendo, da
manipulação orçamentária, através da subestimação e do arrocho salarial, que
está claramente previsto contra o funcionário público municipal. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito em
Pauta Orçamentária é o Ver. Pedro Ruas. Desiste. Gostaríamos de anunciar a
presença, neste Plenário, do Deputado José Fortunati. Sinta-se em Casa,
Deputado, por gentileza. Nobre Ver. Artur Zanella, V. Exa. havia feito uma
Questão de Ordem, no art.158, com o seguinte teor: “Na apreciação dos
orçamentos da Administração centralizada e autarquias, serão observadas as
seguintes normas...” E no inciso III diz que “em cada uma das Sessões previstas
no item anterior, poderão falar até seis Vereadores, durante 15 minutos cada
um, sobre os orçamentos, englobadamente”. A Mesa já deu instruções à Diretoria
Legislativa, no sentido de colocar em separado os processos orçamentários, com
o respectivo tempo de discussão de cada orador.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem): V.
Exa., então, concorda comigo que na folha 04 está escrito dez minutos, pois se
juntaram duas matérias que são diversas.
A SRA. PRESIDENTE: Exato, já houve instruções
neste sentido, Vereador. Em momento de Liderança, com a palavra, o Ver. Antonio Hohlfeldt, pelo PT.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, solicitei o tempo de Liderança para abordar um assunto que é da
mais extrema gravidade em termos nacionais e que, infelizmente, não vamos
encontrar registrado em todos os meios de comunicação de hoje, por motivos de
censura que as empresas de comunicação realizam sobre informações que lhe dizem
respeito. Quero me referir à interferência da Empresa Globo de Comunicação na
quebra do monopólio de comunicações no Brasil, que é noticiada, em termos de
Rio Grande do Sul, hoje, apenas pelo “Correio do Povo” e pela Rádio Guaíba.
Quero me referir ao crime contra a segurança nacional - este sim, claro, e o
Ver. Kenny Braga, como jornalista, sabe da importância deste tipo de assunto -
que se comete, neste momento, com a conivência do Sr. Ministro das
Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, com a participação do Grupo Bradesco,
ligado, por seu lado, a um grupo multinacional de bancos, do Dr. Roberto
Marinho, da Rede Globo de Televisão. Essa tentativa de entrar no mercado do
satélite de comunicação e da rede de comunicações via satélite, através da
empresa VICOM, formada pelo Grupo Roberto Marinho, Bradesco e por um grupo
estrangeiro oriundo da Itália que, com o Dr. Roberto Marinho, garante a ameaça
ao nosso País.
É um ataque à independência nacional e à independência de qualquer país
decente. Onde se tivesse um governo decente, este ministro estaria demitido ou
demissionário, e talvez o Presidente da República que lhe tivesse permitido tal
ato. É uma agressão não de um país estrangeiro, mas de uma força estrangeira, à
integridade do território nacional, considerado território nacional o âmbito
dos 200m de ar sobre o qual se dá o processo de comunicações.
Ninguém ou nenhuma autoridade, até o momento, tomou qualquer iniciativa
de denunciar a concepção desse processo de invasão, e eu cito e registro com
clareza este processo de invasão e chamo a atenção dos Senhores que, há mais de
dez anos, numa obra fundamental a respeito dos meios de comunicação social, o
sociólogo chileno Armand Mattelart, que hoje está residindo na Franca por
discordar da ditadura do Sr. Augusto Pinochet, dizia que as novas formas de
dominação de uma nação sobre as outras não se davam mais, fundamentalmente,
através de exército de ocupação, mas, sim, de processos de comunicação que
invadem as fronteiras. Temos hoje uma realidade fantasticamente do futuro,
aparentemente, mas que se coloca na realidade, com a conivência do Presidente
da República, com a conivência de um Ministro das Comunicações que nada mais é
do que um empregadinho subalterno do Sr. Roberto Marinho. A presença da VICOM
dentro da realidade dos processos de comunicação brasileiros é uma agressão à
nacionalidade. E por isso, além do registro, nós queremos trazer aqui a nossa
solidariedade aos companheiros do Sindicato dos Trabalhadores em áreas de
comunicação, que deram um prazo até o meio-dia de hoje para que o ato seja
anulado, sob pena de interferirem diretamente no processo de comunicação por
satélite do País, inclusive intervindo no processo de transmissão de informações
bancárias, de compensação de cheques, no sentido de obrigar um Ministro
vendido, porque nada mais se pode dizer desse cidadão - e me ajuda o Ver. Kenny
Braga -, safado, sim, um homem que entrou dentro do Ministério, com a
convivência do Presidente da República, exclusivamente para vender este País.
Sr. Antonio Carlos Magalhães, vamos deixar bem claro registrado esse nome,
servindo aos interesses estrangeiros e aos interesses extremamente privados do
doutor, entre aspas, Roberto Marinho. Nossa solidariedade, portanto, aos
companheiros do Sindicato em telecomunicações, nossa solidariedade aos
companheiros da CRT, que vêm participando deste trabalho, e o registro, nesta
tribuna, da denúncia do que considero o fato político mais grave ocorrido neste
País desde o período da ditadura. Realmente, iniciamos a desmontagem da
nacionalidade com este processo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha):
Interrompemos os trabalhos da presente Sessão, em vista da realização de Sessão
Especial destinada a assinalar os 20 anos da morte de Che Guevara.
(Os trabalhos foram suspensos às 11h06min, nos termos do art. 84 do
Regimento Interno.)
O SR. PRESIDENTE (às
12h40min): Estão
reabertos os trabalhos.
Solicito à Sra. 1ª Secretária que proceda à chamada nominal dos Srs.
Vereadores para verificação de “quorum”.
(A Sra. 1ª Secretária procede à chamada.)
A SRA. 1ª SECRETÁRIA: Estão presentes 23 Srs.
Vereadores, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE: Há
“quorum” para a Ordem do Dia.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, eu formulo a presente Questão de Ordem, em face da Ordem do Dia
prevista para hoje, em que figura um dos processos que a Direção Legislativa
julga pronto para estar na Ordem do Dia, o Processo n° 707/87.
Este Processo, Sr. Presidente, o Processo 787, é o Projeto de Resolução
de autoria do Ver. Caio Lustosa, que denomina Teatro Elis Regina o futuro
espaço cultural do prédio próprio da Câmara Municipal de Porto Alegre, onde
funciona provisoriamente o Plenário desta Casa. O Processo veio para a Ordem do
Dia, passando pela CJR e pela CEC. No meu entendimento, de acordo com o art.
45, do Regimento Interno, também este Projeto teria que passar pela Comissão de
Urbanização, Transportes e Habitação, para emitir parecer, sobretudo depois do
complexo parecer emitido pela Auditoria da Casa, que formula uma série de
questões sobre esta denominação, do ponto de vista legal e formal, envolve uma
obra pública e, necessariamente, a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação
deve emitir parecer. Razão pela qual, Sr. Presidente, requeiro a V. Exa., de
plano, que seja retirado o presente Projeto da Ordem do Dia, e determine que
passe pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, para emitir
parecer. Sou grato a V. Exa.
O SR. PRESIDENTE: A Presidência responderá a
V. Exa. posteriormente.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Cleom Guatimozim,
solicitando seja o PLE n° 096/87 - autoriza abertura de créditos suplementares
no valor de Cz$ 26.750.000,00 e dá outras providências - considerado em regime
de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões de Justiça e Redação,
de Finanças e Orçamento e de Urbanização, Transportes e Habitação.
O SR. ANTONIO HOHFELDT
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, até agora nós não recebemos sequer cópia do Projeto.
Talvez, quando o mesmo for votado, sejam entregues as cópias. Pelo menos no meu
gabinete não foram entregues cópias desse Processo.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa providenciará
imediatamente.
A SRA. 1ª SECRETÁRIA: A Mesa informa que foi
entregue, junto com o espelho que V. Exa. recebeu hoje dos projetos a serem
discutidos. Pelo menos é o que informa a Diretoria Legislativa.
O SR. PRESIDENTE: O Sr. Diretor Legislativo
irá verificar os avulsos.
Em votação. (Pausa.) Os Sr. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
A seguir, passaremos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(Adiado por uma Sessão)
PROC. 0828 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
021/87, do
Ver. Luiz Braz, que institui o estacionamento pago nas vias públicas da área
central do Município e dá outras providências. C/ EMENDAS de nos 01
e 02.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Clóvis Brum: pela
aprovação, com a Emenda n° 01; e
- da CFO. Relator, Ver. Raul Casa: pela
tramitação, com as Emendas 01 e 02.
Parecer à Emenda nº 02:
- da CJR. Relator, Ver. Flávio Coulon: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n°
021/87. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Está com a palavra, para encaminhar, o
Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Prefeito Alceu Collares fez uma solicitação ao Líder da Bancada
do PDT, a sua Bancada na Casa, no sentido de que este Projeto de Lei que vamos
votar pudesse ser apoiado por sua Bancada, porque dizia o Prefeito, naquela
oportunidade, que era sua intenção implantar o estacionamento rotativo nas ruas
centrais da Cidade. Mas, antes que este Projeto pudesse ter sido votado,
juntamente com o Secretário Municipal dos Transportes, vai para os jornais e
rádios dizendo que vão fazer inclusive um estacionamento rotativo experimental,
chamado faixa azul. Quero apenas lembrar que, no Rio de Janeiro, onde havia o
estacionamento pago nas ruas centrais da cidade, esse estacionamento, nas ruas
centrais da cidade, não resistiu a uma ação popular interposta e, num parecer
do Supremo Tribunal de Recursos, o Ministro Guerreiro Lima, me parece, dizia
que ele era obrigado a acolher a ação, porque faltava uma lei municipal.
Precisa existir uma lei municipal para que haja constitucionalidade no
estacionamento que vai ser instituído nas ruas centrais da Cidade. Para o meu
espanto, o Prefeito Municipal disse que iria ser experimental, é de se
perguntar: será que se pode cometer experimentalmente algum tipo de ilícito?
Acho que não. Por isso pedi, através do artigo 44, para que votássemos este
Projeto de Lei ainda hoje, a fim de que pudéssemos dar, para o Centro da
Cidade, uma oportunidade de organização. Acredito no estacionamento rotativo.
Faz dois anos que coloco nesta Casa este projeto do estacionamento rotativo nas
ruas centrais da Cidade. É alguma coisa que deu certo em São Paulo, onde tem os
dois sistemas, tanto o de cartão azul, como o magnético, que foram implantados
com êxito. Em Curitiba, Novo Hamburgo, deram certo. Em Nova Iorque está lá
implantado o sistema. Também deu certo. O que estamos solicitando através deste
Projeto de Lei é que possamos também instituir o estacionamento rotativo no
Centro de Porto Alegre e que, ao mesmo tempo, possamos fazer com que, através
de rubricas especiais, façamos com que o que for colhido nesse estacionamento
possa ser destinado ao subsídio do transporte coletivo. É um dos méritos
maiores da nossa proposição, é poder fazer com que haja oportunidade de que
aqueles que possuem carro e queiram ir ao Centro da Cidade de automóvel, que
têm uma oportunidade maior de se colocar numa elite econômica nesta terra,
possam também colaborar para que aqueles que se encontram na base da pirâmide
social tenham condições de vir com maior facilidade. Isto propiciamos através
desse Projeto de Lei, instituindo o estacionamento no Centro da Cidade.
Coloquei duas Emendas. Uma suprimindo o modelo com o qual era sugerido no
início do Projeto o modo de cobrança desse estacionamento rotativo. Havíamos
sugerido para que fosse através de fichas metálicas e acreditei que se
suprimíssemos esse modelo através de fichas metálicas iríamos propiciar para o
Executivo condições melhores para a implantação dos serviços. Por isso, nós
estamos apresentando uma Emenda, retirando esta possibilidade de se fazer
através de fichas metálicas e deixando para o Executivo uma total liberdade
para que ele possa adotar sua política com referência ao preço. Nós estamos
deixando que o Executivo possa implantar a sua própria política com referência
ao estacionamento do Centro da Cidade. Mas uma das coisas que realmente nós
queremos pedir a este Plenário é que, hoje, nós possamos dar a esta Cidade, a
oportunidade de se ela organizar. Quero pedir a este Plenário que possamos dar
a esta Cidade, neste momento, a oportunidade de ela se organizar melhor no seu
Centro. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, o Ver.
Antonio Hohlfeldt. V. Exa. terá os mesmos cinco minutos. V. Exa. encaminhará
pela Bancada do PT. Logo a seguir, o Ver. Jorge Goularte, que encaminhará pela
Bancada do PL.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não tenho dúvidas quanto ao
mérito do projeto do nobre Ver. Luiz Braz, de instituir o estacionamento pago
em determinadas áreas centrais da cidade de Porto Alegre. Um mérito duplo
porque, em primeiro lugar, faz com que a Cidade perca os donos de
estacionamentos. Tem cidadãos que deixam seus carros durante as 24 horas do
dia, por vezes, inclusive, mal estacionados, atrapalhando toda a circulação na
área central. Esse me parece que é o principal mérito. E o mérito que já está
evidenciado, inclusive praticado em diversas cidades do interior no Estado do
Rio Grande do Sul, pelo menos que nós conhecemos, inclusive na Grande Porto
Alegre. O segundo mérito é, evidentemente, o de gerar mais uma fonte de
divisas, o que me parece importante. E se no conteúdo, na intenção, o
encaminhamento dessas divisas pareça o transporte coletivo, também me parece
meritório, eu confesso, Ver. Luiz Braz, ao mesmo tempo, que haja aí talvez a
única inconstitucionalidade, a única impropriedade do Projeto. Temo até mesmo
que haja um veto nesta área específica, porque recordo-me de que,
constitucionalmente, é proibido a vinculação de receitas a determinadas áreas,
como ocorreria aqui. Quer dizer: constitucionalmente é interditado que nós
vinculemos receita a diretamente uma função ou uma conta, ou uma rubrica de
despesa. Me parece que aqui teremos algum problema de legalidade ou
constitucionalidade. Mas, de qualquer maneira, acho que seu conteúdo, na sua
preocupação, evidentemente esta intenção é meritória. Gostaria de registrar que
minha única preocupação é que este dinheiro acabe entrando na SMT, mas que não
seja utilizado em favor do transporte coletivo ou em favor do passageiro, e
acabe, mais uma vez, como tantos projetos, tantos programas de nível federal,
estadual e municipal, quando se pretende facilitar o transporte coletivo, na
verdade, nós acabamos facilitando é a vida dos empresários do transporte
coletivo. Então, este é o meu único senão, não quanto à preocupação do
conteúdo, mas, sim, quanto às conseqüências e ao desenvolvimento da aplicação
do seu Projeto. Agora, em si, ao Projeto, nós vamos votar favoravelmente, com
as Emendas, que me parece que corrigem eventuais distorções e facilitam a sua
homologação por parte do Executivo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, pela
Bancada do PL, com a palavra, o Ver. Jorge Goularte.
O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho o Projeto meritório, trouxe
subsídios ao Ver. Luiz Braz em relação a Novo Hamburgo, porque tenho ido
seguidamente lá consultar com a minha senhora num médico daquela localidade, e
acho que foi extremamente válida essa idéia. Só lamento que o Prefeito
Municipal, mais uma vez, em conluio com o Ver. Elói Guimarães, queira retirar a
autoria do Projeto de forma indireta, como já
fizeram com este Vereador na Secretária da Fiscalização, e querem
retirar desse Vereador a autoria para dar ao departamento, ao Ver. Elói
Guimarães, é coisa contumaz. O Vereador que pensa, que luta, que procura
preparar um projeto fazendo com que esse projeto tenha aprovação nesta Casa,
percebe, em contrapartida, esse posicionamento que considero extremamente
antiético, demagógico e vazio, porque as pessoas se utilizam de idéias alheias,
tal qual o pássaro anu, que se utiliza de outros para se beneficiar. Eu voto
favoravelmente ao Projeto, até porque os proprietários de automóveis vão se ver
livres dessa verdadeira praga, os chamados preservadores do patrimônio alheio,
os guardadores de automóveis, o que não é verdade e que, muitas vezes, riscam
os automóveis por não receberem gorjeta satisfatória, segundo os seus
entendimentos, para os seus carros.
Por outro lado, o cidadão que quiser guardar o seu carro com segurança
deve procurar as garagens que tem no Centro, de grande número, e deixar nessas
garagens os automóveis de maneira mais adequada; aqueles que quiserem deixar em
vias públicas, que sigam a regularização que será dada a este Processo. O Ver.
Luiz Braz sabe que sou favorável ao Projeto, apenas com este adendo que eu
considero importante que nós tenhamos nesta Casa cuidado, porque raramente um
Processo será considerado do Vereador que pensou no Projeto, a Bancada do PDT
arruma um jeito para que o projeto passe para o seu lado. Isso tem acontecido
muitas vezes e hoje, lamentavelmente, leio nos jornais que o Projeto Faixa Azul
nada mais é do que sinal vermelho para o Ver. Luiz Braz. É faixa azul, mas que
dá o cartão vermelho para quem pensou o projeto, para quem fez o projeto. Nós
temos que ter cuidado muito grande nesta Casa e observarmos estas atitudes,
porque estas atitudes depõem contra o Poder Executivo. Não pode este
Legislativo ficar silente, ficar omisso em relação a estas atitudes demagógicas
e antiéticas do Poder Executivo. Por isso, Ver. Luiz Braz, eu acho que é por
esse motivo mesmo que nós devemos votar em massa no Projeto de V. Exa., para
que fique cristalinamente demonstrado que o Projeto é de um Vereador, do Poder
Legislativo, e que procura regulamentar o estacionamento de veículos em Porto
Alegre.
Eu repito que acho extremamente válido, até porque aqueles que quiserem
colocar os seus carros em garagens com elevadores, numa situação melhor, que o
façam, porque existem em profusão em Porto Alegre. E aqueles que quiserem
deixar em via pública, que se utilizem deste processo, que será regulamentado
pelo Poder Executivo.
Mas vejam bem, o Projeto é do Ver. Luiz Braz e não é um projeto da
Secretaria Municipal dos Transportes e nem do Sr. Prefeito Municipal, que apenas irá regulamentar este Processo
quando chegar para a sanção. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira
encaminhar, em votação. Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL n° 021/87
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação as Emendas. Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADAS.
PROC. 2060 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N° 058/87, que autoriza abertura de
crédito suplementar no valor de Cz$ 6.100.000,00 e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE n°
058/87. Com a palavra, para discutir, o Ver. Clóvis Brum
O SR. CLÓVIS BRUM: Srs. Vereador e Srs.
Vereadores, eu voto favoravelmente ao Projeto, mas neste Projeto está o que
denunciamos, que são os desserviços que o Projeto Rio Guaíba presta a esta
Cidade. Essa verba será aplicada não para cobrir apenas aqueles problemas de
calçamento decorrentes da implantação de novas redes d’água ou de vazamento da
rede d’água, mas para cobrir extensas ruas pavimentadas por calçamento
irregular nos bairros de Porto Alegre, áreas essas destruídas com a ação do
Projeto Rio Guaíba, por onde passou a canalização do Rio Guaíba. Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, até hoje, a
pavimentação precária implantada nesses bairros não foi posta
satisfatoriamente. Ficou, Ver. Jorge Goularte, realmente, um rastro de
destruição. Buraco por todas as ruas, calçamento cuidado, zelado que tinha na
Intercap, nas pouquíssimas ruas que tinha no Bairro Bom Jesus, ruas da Vila
João Pessoa e do Bairro São José, poucas ruas calçadas da Vila Jardim, foram
todas, praticamente, destruídas em função de Projeto Rio Guaíba e que, sem
dúvida alguma, essa verba vai cobrir esse desserviço prestado pelo Projeto Rio
Guaíba.
Nós votamos favorável, Sr. Presidente, nós queremos que a Casa saiba,
que o Prefeito saiba, que o Diretor do DMAE saiba, que temos consciência de
onde se vão aplicar esses recursos. Não sei se em acertos de fuga d’água ou de
nova ligações, até porque não existem novas ligações nesses bairros, as
ligações já são bem antigas. Essa verba é para atender a recuperação do
calçamento por onde passou o Projeto Rio Guaíba, cujos calçamentos continuam
até hoje, Sr. Presidente, a oferecer perigo, inclusive perigo para o escoamento
viário desses bairros.
Por isso, Sr. Presidente, para que não sejamos culpados de que votamos
contra e a Cidade está cheia de buracos, nós votamos a favor, mas com este
voto, nós temos a certeza de que estamos pagando obras que deveriam ser pagas
com o dinheiro do Projeto Rio Guaíba e, portanto, a população de Porto Alegre
vai pagar duas vezes a mesma obra. Paga agora pela recuperação do calçamento e
vai pagar pelo custo e pelo pagamento já feito às empreiteiras que fizeram mal
este serviço ou que inviabilizaram a total recuperação desse traçado viário.
Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, realmente é uma pena que estejamos,
nesta manhã, aprovando recursos para fazer com que o povo de Porto Alegre pague
duas vezes pela mesma obra.
O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) vou fazer uma sugestão à Procuradoria do Município,
tão veloz em relação a outros interesses, muitas vezes que não são do próprio
Município, que ela ajuíze as ações de ressarcimento contra estas empreiteiras,
por negligência e imperícia. Tão zelosa em defender outros interesses, por
exemplo, quando o Sr. Prefeito aumenta as tarifas, ela poderia ser zelosa também, pedindo ressarcimento.
O SR. CLÓVIS BRUM: Agregando a esse aparte, eu
diria mais, que também se examinassem os termos de recebimento por parte dos
técnicos do Projeto Rio Guaíba dessas obras tidas como prontas. Eu conheço, em
particular, na Rua São Lucas, quase esquina com a Av. Jordão, um buraco que já
foi consertado cinco ou seis vezes, só que este buraco decorre de obras do
Projeto Rio Guaíba e só agora a SMOV, às expensas dos recursos idênticos aos
que estamos a aprovar nesta tarde, realizou a obra total de recuperação. Está
recuperado em função de dinheiro gasto da Prefeitura numa obra de
responsabilidade do Estado. Voto favorável, mas sob protesto, porque eu não
acho justo que a população pague duas vezes, ou três, ou mais vezes pela mesma
obra e, principalmente, quando esta obra tem que ser paga pelo Estado. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Rafael
Santos, para discutir.
O SR. RAFAEL SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu já tenho manifestado em
ocasiões anteriores a satisfação que tenho em votar projetos de lei que tem a
sua origem no Departamento Municipal de Água e Esgotos. Realmente, o DMAE tem
tido a preocupação de encaminhar a esta Casa, tem instruído os seus pedidos,
quer sejam de suplementações, quer sejam da abertura de crédito, quer sejam de
firmar convênios, o que não ocorre com as demais secretarias. Este pedido do
DMAE, Sr. Presidente, diz não só no Ofício encaminhatório do Sr. Prefeito,
claramente objetivo, deste crédito suplementar, como anexa o termo aditivo
estabelecido entre o DMAE e a SMOV, para a utilização desse dinheiro, no
fechamento de buracos que tenham ocorrido em função de trabalhos da
implementação de ligações domiciliares, consertos de fugas d’água e
desobstruções. Agora, por outro lado, é preciso que se agilize a fórmula de
tratar esse assunto, porque a quantidade de reclamações que chegam ao meu
gabinete, de buracos abertos pelo DMAE e não fechados pela SMOV, é simplesmente
impressionante. Entre o encerramento da obra pelo DMAE até o fechamento do
buraco pela SMOV, decorrem dez, quinze, vinte dias e até um mês para que isso
ocorra, e não se consegue estabelecer a responsabilidade, porque tem que ir um
memorando do DMAE para a SMOV, aí o documento vai não sei para onde, e vai e
volta, e enquanto tramitam os papéis, o buraco não é fechado. Me parece que é
preciso que o Município encontre uma fórmula de agilizar o sistema que está
sendo usado. É preciso agilizar a operação entre DMAE e SMOV, para que a obra
possa ser concluída. Se a obra for concluída hoje, que amanhã seja
repavimentada a rua. Mas isso não acontece: entre a conclusão da obra pelo DMAE
e a repavimentação da rua pela SMOV, há uma demanda de dez, quinze e até trinta
dias, o que me parece absolutamente fora de propósito, pois acho que é possível
encontrar uma fórmula mais rápida e ágil, de tal forma que, encerrada a obra,
possa o Poder Público, de imediato, refazer a obra, porque o munícipe não tem
nada a ver se é DMAE ou SMOV, ele quer ver a sua rua repavimentada. Acho que é
um mero problema de agilizar o sistema, que é possível de ser feito. Por
último, mais um projeto, e outros virão, já existe um em primeiro dia de Pauta,
em que se encerra o projeto de lei com este artigo: “servirá de recurso para a
cobertura do crédito autorizado por esta lei, parte do excesso de arrecadação”,
mais uma vez eu pergunto à Bancada do PDT: quando enviará um reajuste de
vencimento para os funcionários, utilizando-se desse excesso de arrecadação que
vem sendo utilizado, diuturnamente, para todos os serviços da Cidade? Por que
não utilizá-lo, também, para uma melhora nos vencimentos de nossos
funcionários? Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Para
encaminhar, o Ver. Jorge Goularte.
O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é mais um processo que vem a esta Casa com solicitação de verba
para pagar despesas feitas por outro órgão. O Projeto Rio Guaíba deveria ter
verba própria para sanar seus erros, ou até para seus acertos. Que abram uma
valeta, mas que consertem o buraco. O problema enfocado pelo Ver. Rafael Santos
é muito grave - a demora na recuperação das vias públicas. E eu aproveito a
oportunidade para tornar a solicitar uma coisa que venho solicitando há muito
tempo, que é a criação dos Núcleos de Conservação de Bairros, a
descentralização administrativa e criação dos Centros Administrativos Regionais.
Os Centros de Conservação dos Bairros serviriam, exatamente, para atender a
essas situações que acontecem seguidamente. A recuperação das vias públicas
demora exageradamente.
Sou favorável ao Projeto e espero que as recuperações das vias públicas
sejam feitas mais rapidamente e, a meu ver, com a criação dos Núcleos de
Conservação de Bairros, ligados aos Centros Administrativos Regionais, teríamos
a volta das subprefeituras. Esses Centros teriam, em seu bojo, a criação dos
Núcleos de Conservação de Bairros, o que eliminaria esta enorme lacuna no
conserto de vias públicas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pela Bancada do PMDB, Ver. Flávio Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inicio este encaminhamento deixando
claro que não me passou despercebido, no pedido de Renovação de Votação feito
pelo Ver. Clóvis Brum, que a Bancada do PDT aprovou por unanimidade esse
pedido, quando, se tivessem dois integrantes da Bancada votado contra, esse
Requerimento não passaria. Deixo isto claro para os Anais da Casa: a Bancada do
PDT votou por unanimidade a favor desse Requerimento. Eles são os responsáveis
pela renovação dessa votação. Que isto fique muito claro: quem está interessada
é a Bancada do PDT. Está interessada em boicotar a Administração Alceu
Collares.
Entrando no encaminhamento da questão, para mostrar aos Senhores que
não sou cego, venho mais uma vez cumprir o papel de Liderança do PMDB, ao
defender um Projeto do PDT, porque eles não vêm dar explicação. Não vêm porque
não sabem ou porque não interessa vir aqui.
O DMAE precisa dessa verba e não é para fechar buracos do Projeto Rio
Guaíba.
(Aparte
anti-regimental.)
Não, Vereador. Também, Vereador, poderá ser, mas quero lhe dizer que o
DMAE abre os buracos devido às fugas d’água, e antigamente estes buracos eram
fechados por empreiteiros e existia uma verdadeira indústria de fechar mal
estes buracos do DMAE. Diga-se de passagem, até elogiosamente em relação à
Administração que eles não defendem aqui, que é da Administração Alceu Collares
a prática de a SMOV fechar os buracos abertos pelo DMAE, economizando dinheiro
para o Município e fazendo melhor o serviço, razão pela qual o DMAE precisa
desta verba para repassar para a SMOV. Precisava alguém do PDT vir aqui para
dizer que a SMOV esta fechando 200 buracos por dia, em média, originados por
fuga d’água, e que esse trabalho precisa ser concluído.
(Aparte anti-regimental.)
O Senhor tem razão, Vereador. Pareço o Líder do PDT - é brincadeira
isso! Mas é para mostrar que há um maior interesse em defender esta população
por parte da oposição do que por parte dos correligionários do Prefeito do PDT.
E tanto há interesse que os Vereadores do PMDB, na sua quase totalidade, 80% da
sua Bancada, estão aqui até esta hora para votar a favor da Administração Alceu
Collares, para votar a favor desta verba. Lembra o Ver. Clóvis Brum, sempre
atilado e grande conhecedor, que no tempo de Prefeito Villela também a SMOV já
fechava. Mas quer me perecer que durante a Administração Dib - não está aí o
Ver. Hermes Dutra para confirmar - tenha modificado. Mas, eu faço o registro, a
bem da verdade, salientando a necessidade de ser aprovada essa verba no sentido
de que se mantenha esse serviço de fechamento de buracos na Cidade dentro do nível
em que está sendo feito, e mostrando aqui que a Bancada do PMDB, quando é
interesse do Município, vota a favor da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Cleom Guatimozim.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Vereador Líder do PMDB abordou, aqui, dois assuntos; um que não
está em discussão e outro que deverá ser votado em poucos momentos. Naquele que
não está em discussão, e que não poderia ser tratado na tribuna, disse S. Exa.
que o PDT votou por unanimidade na
renovação de votação dos 20 milhões da Secretaria de Planejamento, para
projetos especiais. Ao proceder assim, pretendeu, a Bancada do PDT, oferecer
duas oportunidades: a primeira, para que o Secretário Newton Baggio, que aqui
esteve, pudesse explicar aos Srs. Vereadores o que se trata; a segunda, para
que pudessem, os Vereadores, apresentar, se fosse o caso, qualquer fato novo
que inclusive viesse a nos desestimular. Apenas respondo, Vereador, porque sei
que V. Exa. votou favorável; então, não provoco V. Exa., que fique bem claro
isso, apenas explico. No que se refere ao Projeto agora a ser votado, nós
sabemos que esta operação tapa-buraco feita pela SMOV, existe um convênio entre
DMAE e SMOV, entre a Administração centralizada e Administração
descentralizada. E que esta importância em dinheiro destina-se a pagar os
buracos abertos pelo DMAE e tapados pela SMOV, seja do Projeto Rio Guaíba,
sejam aquelas ligações domiciliares. Então, essa verba, Srs. Vereadores,
destina-se a pagar os buracos que nós, este Vereador e V. Exas., pedem
diariamente que sejam fechados, que sejam tapados, que permitam um maior
desembaraço das pistas de rolamento, isto não quer dizer que não seja aplicado
no Projeto Rio Guaíba - se um buraco estiver para ser tapado -, dentro desse
Projeto. Esta é uma burra só, não é um burro só, mas é uma só burra. E o Ver.
Clóvis Brum dizia em aparte, acertadamente, que esse convênio SMOV-DMAE foi
criado pelo Prefeito Villela e não pelo Prefeito Alceu Collares. Mas eu acho
que o convênio tem os seus méritos, a Administração descentralizada paga
aqueles serviços que iria pagar para um particular.
Portanto, tem mérito, é legal, é regimental e o que é melhor e mais
importante, tem o apoio de V. Exas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, pelo PSB,
Ver. Werner Becker.
O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, senhores funcionários da Casa, eu queria, primeiro, registrar que a
Bancada do PDT, por sua grande maioria, resolveu não aderir ao “sábado inglês”,
mas à sexta-feira inglesa, e se encontra quase que, totalmente, ausente. Ver.
Cleom Guatimozim, eu ouvi atentamente o seu discurso e não consegui ouvir uma
coisa: por que V. Exa. não conseguiu convencer a Bancada do PDT a votar o
Projeto? Ela está na sua maioria ausente. E eu, portanto, respeitando esta
maioria ausente, ela deve ter os seus motivos para não votar o Projeto e os
quais, até por uma questão de constrangimento, não quer explicitá-los.
Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não vou votar e vou me retirar,
porque não estou entendendo o porquê da Bancada do PDT, ou entra em greve com o Prefeito - a maioria da Bancada
-, ou resolve antecipar a sua sexta-feira e dá à oposição o ônus de votar seus
projetos. Acho que seria uma injustiça achar que é mero dissídio. Acho que é
uma dissensão da Bancada e ela resolveu pensar melhor. Não vejo porque, com
todo respeito, sem querer interferir na economia interna das Bancadas, as
Bancadas do PMDB, do PC do B, do PSD, do PFL devem votar aquilo que a maioria
de Bancada do PDT não quer votar. Diria que estou tentando desencaminhar a
votação. Informo que me retiro do Plenário, em respeito à maioria da Bancada do
PDT, até que ela nos explique a razão pela qual não pretende votar. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação.
O SR. CLÓVIS BRUM: Para um Requerimento, Sr.
Presidente. (Assentimento da Presidência.) Solicito seja o presente Projeto
votado nominalmente.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o requerido pelo
Ver. Clóvis Brum. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Solicito à Sra. 1ª Secretária que procede à chamada nominal dos Srs.
Vereadores para a votação do PLE n° 058/87.
A SRA. 1ª SECRETÁRIA: (Procede à chamada e colhe
os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 23 Vereadores votaram “SIM”.
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLE n° 058/87.
(Votaram SIM os Vereadores: Adão Eliseu, Aranha Filho, Bernadete Vidal, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Gladis Mantelli, Ignácio Neis, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Werner Becker, Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani.)
O SR. PRESIDENTE: Antes de passarmos ao
próximo processo, a Mesa responde Questão de Ordem levantada pelo Ver. Isaac
Ainhorn. Efetivamente, o Processo 707/87 deveria ter passado pela CUTHAB,
motivo pelo qual será retirado da Ordem do Dia e remetido àquela Comissão.
O Processo não passou pela CUTHAB, o que deverá ser feito agora.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, chamo a atenção
da Comissão que vai examinar o Processo para a entrada em vigência da lei, pois
este Plenário passaria a chamar-se, agora, “Elis Regina”.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa chama a atenção dos Srs. Vereadores para o
fato de que, logo a seguir a esta Sessão Ordinária, teremos uma Sessão
Extraordinária.
PROC. 1588 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 020/87, do Ver. Raul Casa, que
concede o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético aos atletas do Grêmio
Foot-Ball Porto Alegrense.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Ignácio Neis: pela
aprovação; e
- da CEC. Relator, Ver. Mano José: pela
aprovação.
O SR.
PRESIDENTE: Em
discussão o PR n° 020/87. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Está com a palavra,
para encaminhar, o Ver. Rafael Santos.
O SR. RAFAEL
SANTOS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, este Projeto de Lei do Ver. Raul Casa, consta na
justificativa que a mesma seria feita da tribuna pelo Vereador.
Lamentavelmente, parece que o Vereador não está presente e eu fico esperando a
justificativa do Vereador para me posicionar, porque, se a justificativa é
apenas o fato de o Grêmio haver conquistado o Campeonato Gaúcho de 87, muito
obrigado, parece que não é um argumento suficiente para darmos o título de
Mérito Atlético. Nós estaremos vulgarizando o título, porque todos os anos
temos um campeão estadual, então teremos todos os anos a distribuição de Mérito
Atlético. O ano que serão outros atletas que defenderam as cores do Grêmio
atlético, se o Grêmio for campeão, novamente daremos o Mérito Atlético.
Nós vamos vulgarizar um título que, na
realidade, é defendido para dar em casos excepcionais. Temos que evitar a
vulgarização dos títulos da Casa.
Por isso, Sr. Presidente, eu fico aguardando
o encaminhamento do Ver. Raul Casa, para ver se realmente há um motivo que não
seja, pura e simplesmente, por que ganhou o Campeonato. Se não houver nenhum
outro motivo, o meu voto será contrário. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa consulta se alguma Bancada deseja
encaminhar. (Pausa.) O Ver. Raul Casa se inscreve e encaminha pelo PFL. V. Exa.
está com a palavra.
O SR. RAUL
CASA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, vou ser rápido e breve, chamado à lide pelo
ilustre Ver. Rafael Santos, que provavelmente não é gremista. Em se tratando de
vulgarização de título, é evidente que esta Casa, aqui, que é uma Casa
política, tenta realçar o mérito, tenta realçar a atuação jurídica, a atuação
cultural, a atuação artística de uma entidade ou um grupo que me mereça desta
Casa um reconhecimento. Eu nunca tinha apresentado esse título e sei que a Casa
o tem feito todos os anos. Por isso, até é uma situação de constrangimento, porque
neste caso vamos começar a cobrar também alguns títulos de Cidadão Emérito que
se vota nesta Casa e que fazem muito mais referência, até para o proponente da
lei ter a consideração que se tem.
Evidentemente que a conquista de um título
estadual para uma entidade clubística, em se tratando de Grêmio e
Internacional, sempre tem uma enorme repercussão, sempre tem características
próprias. Eu confesso vivamente ao Ver. Rafael Santos que, ao dar este título -
e já vi esta Casa votar outros títulos pela mesma razão e até por unanimidade -
pensei em homenagear a uma metade da população gaúcha, que torce, que vê no
Grêmio as suas cores características. Evidentemente que, se voto a favor, é
muito mais por ser uma homenagem a um clube tão tradicional do que por ser uma
iniciativa deste Vereador.
Não tem, realmente, Ver. Rafael Santos, uma
notificação maior, mas trata-se de um título de repercussão que é o Campeonato
Gaúcho de Futebol. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação. Os Srs. Vereadores que aprovam a PR n° 020/87 permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
PROC. 1834 - PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 026/87, do Ver. Lauro Hagemann, que concede o título honorífico de Cidadão
Emérito ao Sr. Jader Moreci Teixeira.
- da CJR. Relator, Ver.
Flávio Coulon: pela aprovação; e
- da CEC. Relator, Ver. Clóvis Brum: pela aprovação.
O SR.
PRESIDENTE: Em
discussão o PR n° 026/87. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
aprovam o PR n° 026/87 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 1847 - PROJETO DE
RESOLUÇÃO N° 027/87, do Ver. Artur Zanella, que concede o título honorífico de Honra ao
Mérito Atlético a todos os atletas gaúchos ou aqui radicados, que tenham
conquistado medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis.
- da CJR. Relator, Ver. Luiz
Braz: pela aprovação; e
- da CEC. Relatora, Verª Bernadete Vidal: pela aprovação.
O SR. JORGE
GOULARTE (Questão de Ordem): Sr. Presidente, pediria que me informasse se no
Processo consta o nome dos atletas.
O SR. PRESIDENTE:
A Mesa
responde ao Ver. Jorge Goularte que, examinado o Processo, não vê nomes, mas
que o referido Processo tem parecer favorável da Comissão de Justiça e da
Comissão de Educação e Cultura. Um Parecer da lavra do Ver. Luiz Braz e outro
da lavra da Verª Bernadete Vidal. Ambos pela aprovação.
Em discussão o PR n° 027/87. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PR nº 027/87 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 1865 - PROJETO DE
RESOLUÇÃO N° 028/87, do Ver. Luiz Braz, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito
ao Dr. Fernando Torres Cardoso Saraiva.
- da CJR. Relator, Ver.
Cleom Guatimozim: pela tramitação; e
- da CEC. Relator, Ver. Clóvis Brum: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa submete ao Plenário Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando seja o PR n° 028/87 retirado, nos termos do art. 146 do Regimento Interno.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 1904 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N° 029/87,
do Ver. Kenny Braga, que concede o Prêmio Artístico “Lupicínio Rodrigues” ao
compositor Wilson Ney dos Santos.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Cleom Guatimozim: pela tramitação; e
- da CEC. Relatora, Verª
Bernadete Vidal: pela aprovação.
O SR.
PRESIDENTE: Sobre
a Mesa, Requerimento de autoria do Ver. Jorge Goularte, solicitando seja o PR
n° 029/87 adiado em sua discussão e votação por uma Sessão.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Nada mais havendo a tratar, estão encerrados
os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 14h10min.)
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